Está decretado: o inverno 2011/2012 americano é chique e hiperfeminino, mesmo que para isso alguns estilistas se apropriem de elementos do guarda-roupa masculino, transformando-os em peças perfeitamente adaptadas ao corpo da mulher. O quinto dia dos desfiles em Nova York, com gente de peso como Marc Jacobs, Carolina Herrera, Donna Karan, Carlos Miele e até a estreia de Olivier Theyskens (ex-Nina Ricci) para a Theory, mostrou que a mulher urbana dessa segunda década do século 21 não abre exceções: quer ser elegante e clássica, mas com um quê de sensualidade.
Marc Jacobs disse nos bastidores de seu desfile que pensou sobre as coisas que já havia feito, buscando alguns clássicos. O resultado foi uma coleção de linhas secas, sem a fluidez da coleção de verão, quando trouxe os anos 70 para as passarelas, com referencias à era disco e a Yves Saint Laurent. Para o próximo inverno, saias-lápis pelo joelho, vestidos acinturados e muito poás como estampas, de vários tamanhos e em várias peças. Um brilho envernizado surgiu em algumas peças e bolsas. E o toque de humor ficou para as miniboinas com bolinhas.
A arquitetura das roupas urbanas, chiques e elegantes, mais uma vez norteou as peças de Donna Karan, com uma paleta de cores pálida, do cinza ao bege esmaecido. Vestidos longos meio molengas e fluidos se juntavam a calças também confortáveis e a saias e vestidos ajustados ao corpo na altura do joelho.
Carolina Herrera transitou do dia para noite sem errar a mão no binômio elegância urbana X roupa de festa. Das peles e dos casacos e vestidos acinturados para o dia a dia aos longos fluidos e brilhantes para ocasiões formais, a estilista seguiu o mesmo caminho de seus companheiros, exaltando a estética feminina. Para isso, usou transparências e bordados em longos sofisticados e estruturas mais rígidas e cintura marcada nos modelos mais curtos. E de novo, como em quase todos os desfiles, os cintinhos fininhos.
A cintura também foi o ponto-chave para a maioria das peças apresentados pelo brasileiro Carlos Miele, com um cinto levemente mais larguinho, para garantir essa mistura de brasilidade e sensualidade de suas criações. Com cinto mais larguinho, seus vestidos, saias e macacões ganhavam fluidez, com leves drapeados. Em cores como coral, branco e alguns tons de verde, com estampas de imagens de satélite, Miele também trouxe peles e capuzes. Além das cinturas marcadas, mais um elemento comum dos desfiles de Nova York apareceu em seu desfile: os ombros em evidência de forma levemente arredondada.
A volta de Olivier Theyskens às passarelas em parceria com a marca Theory trouxe uma leitura urbana em cores sóbrias, como cinza e preto, de calças ora mais retas ora amplas, saias longas, pelo joelho e casacos, alguns inspirados em quimonos, usados com jeans e blusinhas transparentes. Um retorno urbano e feminino, sem deixar de lado seu usual olhar gótico que marcou sua carreira desde seu tempo de Rochas e Nina Ricci, agora com uma visão comercial e bem casual.
Desfile de Marc Jacobs na Semana de Moda de NY
Desfile de Marc Jacobs na Semana de Moda de NY
Desfile de Marc Jacobs na Semana de Moda de NY
Desfile da Theory na Semana de Moda de NY
Desfile da Theory na Semana de Moda de NY
Desfile da Theory na Semana de Moda de NY
Desfile de Carolina Herrera na Semana de Moda de NY
Desfile de Carolina Herrera na Semana de Moda de NY
Desfile de Carolina Herrera na Semana de Moda de NY
Desfile da Donna Karan na Semana de Moda de NY
Desfile da Donna Karan na Semana de Moda de NY
Desfile da Donna Karan na Semana de Moda de NY
Desfile de Carlos Miele na Semana de Moda de NY
Desfile de Carlos Miele na Semana de Moda de NY
Desfile de Carlos Miele na Semana de Moda de NY
Fotos: Getty Images
por ROSÂNGELA ESPINOSSI
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